domingo, 19 de setembro de 2010

 As Sem-Razões do Amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisa ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque o amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
                                
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Natureza Morta

Natureza morta , esta expressão foi criada pelo crítico de arte holandês Arnold Houbraken, no começo do século XVIII para nomear um gênero de pintura que existia desde a antiguidade.Exemplo mosaicos gregos e romanos em Pompéia.
Na Idade Média, a natureza morta ressuscita no Renascimento com uma temática que se empregaria de forma mais generalizada na época do Barroco e chamada " vanité".
O realismo dos mestres flamengos concedem a natureza morta nova dignidade.Willem Kalf estudava com afinco a maneira como a luz se refletia em vidro.E.H.Gambrich, os belos interiores de Jan Vermeer poderiam ser qualificados como naturezas- mortas com figuras tal a existência autônoma e presença viva dos objetos que cercam estas figuras. Os decorativos quadros de caça e pesca, marcados pela influencia de Rubens e do espírito barroco. Aa naturezas mortas de Frans Snyders, os copos e vasos de Willem Heda,as composições de de justus e Jan van Huysum, de Rachel Ruysch e de Willem Kalf  "A sopeira de porcelana".
O maior cultor do gênero no séculoXVIII foi Jean- Baptiste Chardin, que dava extraordinária expressividade aos objetos mais simples,banais...